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João Rodrigues desafia Jorginho: “Davi contra Golias”

  • Foto do escritor: Vilmar Bueno, o ESPETO
    Vilmar Bueno, o ESPETO
  • há 11 horas
  • 4 min de leitura
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O evento de ontem do PSD em Balneário Camboriú foi um verdadeiro divisor de águas para o cenário político catarinense. Com a bênção do presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, que comprou a ideia da candidatura própria, o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, se colocou definitivamente no cenário como pré-candidato ao Governo do Estado.

Ao contrário de outros eventos em que demonstrou vontade, agora Rodrigues impõe o seu nome, anunciando que medirá forças com o governador Jorginho Mello (PL), que irá disputar a reeleição. “Ao atual governador, se o seu sonho era ter o PSD em sua chapa, esqueça. Porque eu vou ser candidato, eu vou disputar a eleição. Com o apoio do meu partido e a liberdade que o presidente Kassab nos dá. Não importa quantos virão”, disse Rodrigues, destacando que será “Davi contra Golias, o milhão contra o tostão”.


Em um discurso repleto de recados, Rodrigues anunciou que, a partir de agora, o projeto será conduzido à sua maneira, afirmando que passará a comparar a gestão do governador com a sua administração em Chapecó. “Quem fez mais? Este Governo do Estado contratou projetos e licitou. Eu fiz mais em Chapecó do que ele fez em Santa Catarina. Vamos comparar governo com governo”, provocou.


Em outro momento de seu discurso, o pessedista criticou os extremismos de esquerda e de direita, afirmando que, no país, já não se discutem as pautas de interesse da sociedade. Para ele, a população quer debater as mazelas, o desemprego, a fome, a saúde e a infraestrutura, e lamentou a “lacração” nas redes sociais. “Se eu não suporto mais isso, imagine o trabalhador brasileiro, o empresário, a dona de casa”, declarou.

Uma fonte do partido avaliou que, ao fazer esse discurso, João Rodrigues aponta um caminho que pretende seguir: o de não discutir extremismos ideológicos, dando destaque para as chamadas pautas da rua, ou da sociedade. Mesmo assim, uma liderança pessedista ouvida pela coluna, ao final do evento, destacou que, se for preciso, Rodrigues mostrará de que lado sempre esteve. E isso foi abordado pelo pré-candidato durante o seu discurso, ao se dirigir ao governador. “Se o assunto é direita, me respeite. Eu sempre estive aqui. Se o assunto é esquerda, eu lhe respeito. Porque o senhor esteve aliado do lado de lá. Eu sempre estive do mesmo lado, sempre estive aqui”, disse Rodrigues.


Em outra parte do discurso, Rodrigues lembrou que o PSD liberou todos os seus prefeitos para que se aproximassem de Jorginho Mello, como forma de não os prejudicar. “Porque, nesse Estado, ou você é aliado do governador, ou não recebe recursos. Se tirar uma foto ao meu lado, perde um convênio. Governador, a política se faz com P maiúsculo, não com benefícios”, disse o pessedista, pedindo, na sequência, respeito aos prefeitos. “O município não é feito só de obra física. A população brasileira está em busca de líderes e não de covardes que assumem a gestão pública e tentam conquistar na cooptação”, afirmou, levantando o tom do discurso.


Ele ainda anunciou que, em novembro, se licenciará do cargo de prefeito para rodar o Estado. “Eu não estou preocupado com alianças partidárias. Agradeço ao Fábio Schiochet (UB), que esteve aqui. Se não tiver nenhum partido aliado, não tem problema. A minha aliança é com o povo e, como o Luiz Henrique, eu vou bater de casa em casa”, destacou.

O fato é que, após o evento de ontem, João Rodrigues não tem mais como voltar atrás. Santa Catarina já pode considerar que tem duas fortes pré-candidaturas ao governo.


Apoio a Bolsonaro

Em sua fala, João Rodrigues começou lamentando a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), situação que ele entende ser um efeito do extremismo no país, atribuindo a culpa aos militares que foram julgados: “Um homem que não roubou, um homem que está sendo injustiçado”, afirmou.


Kassab

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, confirmou o que já havia acertado em reunião com o presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia, o presidente estadual do partido, Eron Giordani, e com o próprio João Rodrigues, em encontro em Porto Alegre: que está no projeto pessedista ao governo de Santa Catarina. Ontem, antes mesmo do encontro, Kassab havia afirmado em coletiva: “Eu vou dizer uma coisa para vocês: se Santa Catarina for governada por João Rodrigues, estará em excelentes mãos”, afirmou. Também destacou o projeto nacional do partido, dizendo que trabalhará para fazer cerca de 100 deputados federais e que, em Santa Catarina, Rodrigues refletirá o que está acontecendo no Brasil.


Deputados do PL

Duas presenças chamaram atenção ontem, no evento do PSD em Balneário Camboriú: os deputados estaduais do Partido Liberal Carlos Humberto Silva, que há algum tempo está em litígio com o PL, e Nilso Berlanda. Ambos compareceram em sinal de apoio ao pré-candidato ao Governo do Estado, João Rodrigues. O movimento deve gerar reações na Casa d’Agronômica, já que não há outro motivo para a participação deles em um evento no qual foi anunciada uma pré-candidatura para disputar contra o governador Jorginho Mello (PL), senão o de manifestar apoio.


Outros apoios


O presidente estadual do União Brasil e provável coordenador estadual da Federação União Progressista, Fábio Schiochet, marcou presença no evento do PSD em Balneário Camboriú. Acompanhado do ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (UB), que é pré-candidato a deputado estadual, Schiochet mais uma vez sinaliza para o lado do PSD, mesmo tendo convite do governador Jorginho Mello (PL) para compor uma aliança. Schiochet já disse que qualquer definição somente será anunciada no próximo ano. Porém, não é a primeira vez que ele participa de um evento pessedista. Quando não pôde participar, devido ao falecimento de sua mãe, Schiochet foi representado pelo deputado Sérgio Guimarães.


MDB

A chamada velha guarda do MDB também marcou presença no evento do PSD. O ex-governador Eduardo Pinho Moreira, o deputado federal Luiz Fernando Vampiro e os ex-deputados Ada de Luca e Moacir Sopelsa. O ex-senador Dário Berger (PSDB) também foi a Balneário Camboriú, assim como o ex-prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, deputados e vereadores do PSD, inclusive os da capital, da base da gestão do prefeito Topázio Neto (PSD), que não foi ao evento por apoiar o governador Jorginho Mello (PL).


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