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Crise no PL catarinense se agrava a cada dia

  • Foto do escritor: Vilmar Bueno, o ESPETO
    Vilmar Bueno, o ESPETO
  • 6 de nov.
  • 4 min de leitura
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Estado

O movimento contra a candidatura do vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL) ao Senado por Santa Catarina ganhou um novo componente nos últimos dias, com a entrada da deputada estadual Ana Caroline Campagnolo (PL). Ela saiu em defesa da deputada federal Caroline de Toni (PL), que foi alijada da disputa ao Senado pelo PL e, praticamente, convidada a sair do partido por falta de espaço.


Campagnolo trocou farpas com Carlos e Eduardo Bolsonaro e também respondeu às críticas do senador Jorge Seif Júnior (PL).

Nos bastidores, há quem diga que a mudança de tom de Ana Campagnolo tem como objetivo defender De Toni, mas também blindar o governador Jorginho Mello (PL) em ano pré-eleitoral. Jorginho estaria se sentindo desconfortável com a vinda de Carlos e o prejuízo que isso está causando à composição de sua chapa para 2026, mas entende que não pode ir contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).


O que chama a atenção é que, em pleno incêndio, o governador deixa Campagnolo na fogueira e se esconde atrás de um discurso de que precisa trabalhar por Santa Catarina, como se não fosse uma defesa do Estado se posicionar contra uma candidatura de um nome sem qualquer comprometimento com as pautas catarinenses.


Nesta semana, escrevi que lideranças do PL se mostraram preocupadas com a possibilidade de o governador perder a mão e a situação se tornar incontrolável, dada a fervura dos embates diários que passaram a ocorrer dentro do Partido Liberal. E novos focos de disputa estão surgindo, com as manifestações dos deputados estaduais Jessé Lopes e Alex Brasil, que também se posicionaram contra Ana Campagnolo e a favor do vereador do Rio de Janeiro.


Por sua vez, a deputada Júlia Zanatta postou um vídeo nas redes sociais em que sua mãe diz que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi abandonado. “Ah, não devo nada para o Bolsonaro. Deve sim, eu vi. Eu fui pra rua pedir voto. Não pode cuspir no prato que comeu”, disse a mãe da parlamentar, sem mencionar nome. Para quem viu, soou como uma crítica ao posicionamento de Campagnolo.


Enquanto isso, a pivô da questão, Carol de Toni, resolveu se preservar para evitar um possível conflito com a família Bolsonaro. Sua segunda filha deve nascer nos próximos dias, e a ideia da família da deputada é que ela evite mais tensões neste momento. Porém, o silêncio incomodou alguns apoiadores de Ana Campagnolo, que comprou a briga de Carol. A impressão, segundo uma fonte, é que Campagnolo foi deixada sozinha na arena, em meio aos leões.


Saindo um pouco da seara da disputa ao Senado, outra liderança que deixou um claro recado para Jorginho foi o deputado estadual Ivan Naatz (PL). As duras críticas ao prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), em relação à mobilidade urbana da capital chamaram a atenção. “Há uma falta total de planejamento urbano e de visão de futuro. Faça um vídeo, já que o senhor gosta de fazer vídeos, mostrando suas ideias, projetos e opções para encaminhar soluções para o problema”, provocou.


Acontece que Topázio é um aliado de primeira hora do governador e ainda sonha em ser o vice na chapa de Jorginho. A fala de Naatz passa a ser mais um mal-estar para Jorginho administrar em sua base, e a leitura nos bastidores é justamente essa: Naatz quer mostrar que também tem potencial para gerar turbulência, aumentando o caos no entorno do governador.

A verdade é que todo esse cenário caótico que acomete os liberais e bolsonaristas neste momento só expõe o que sempre foi visto nos bastidores: que o PL é muito mais uma junção de lideranças do que um partido de fato, com alguns poucos casos de afinidades pontuais.

Manifestação de fora

A futura Federação União Progressista resolveu colocar a colher na briga bolsonarista. Ontem, conforme informei em primeira mão, os deputados estaduais Sérgio Guimarães (UB) e Jair Miotto (UB) entraram em contato com as deputadas Ana Caroline Campagnolo e Carol de Toni para expressar solidariedade e convidá-las a se filiar ao União Brasil. Depois, Guimarães gravou um vídeo repreendendo o “senador carioca Jorge Seif” — foi assim que se referiu ao parlamentar do PL — pela falta de respeito com os professores na fala em que Seif afirma que Campagnolo não era nada, apenas uma professora.

E vai além

A solidariedade dos deputados do União Brasil para com as deputadas do PL foi acordada no encontro que reuniu os deputados estaduais da futura Federação União Progressista, mais o deputado Vicente Caropreso (PSDB), que se filiará ao UB. Com a bênção do presidente estadual do União, deputado Fábio Schiochet — que estava em Brasília e autorizou o movimento por telefone —, os parlamentares foram a campo. O próprio Schiochet avalia uma manifestação. Ele entende que os ataques dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à deputada Ana Campagnolo passaram dos limites e que também não é aceitável qualquer ataque a Santa Catarina, como o feito pelo foragido da Justiça Allan dos Santos.


Progressistas se calam

As lideranças do Progressistas preferiram não se manifestar até o momento. Nem mesmo o senador Esperidião Amin, que chegou a ser alvo de crítica de Eduardo Bolsonaro, o qual reclama de não ter recebido o apoio do senador catarinense quando foi indicado por seu pai, o então presidente Jair Bolsonaro (PL), para o cargo de embaixador do Brasil em Washington.


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