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Uma das indústrias brasileiras que investem alto para atender projetos do novo marco nacional de saneamento é a Steelmast, de Rio Negrinho, Santa Catarina. Ela está investindo mais de R$ 80 milhões em nova fábrica para fazer tubos gigantes de aço com costura, com até dois metros de diâmetro. A Steelmast é do empresário Frank Bollmann, sócio da Tuper, empresa que vai faturar cerca de R$ 2,8 bilhões em 2023.
A Steelmast foi uma das empresas que assinaram contrato para o incentivo do Pró-Emprego há poucos dias, em evento com o governador Jorginho Mello, na Casa D’Agronômica, em Florianópolis. Com quase 10 anos de atividade, a empresa gera 200 empregos diretos e vai abrir em torno de 100 novas vagas até março de 2024, quando vai concluir o investimento.
– Nós estamos homologados em todas as grandes empresas de saneamento do país e, agora vamos entrar com os dois pés em virtude do marco do saneamento, na área de saneamento básico. Só lembrando que até 2033 todos os municípios do Brasil devem oferecer 100% de água potável e 90% de saneamento (esgoto tratado) para seus habitantes. Sabemos que isso vai ser postergado até 2040, mas eu tenho muita esperança de que a partir do ano que vem a coisa comece a funcionar e a Steelmast será no mínimo a segunda empresa do Brasil para enfrentar esses projetos – destaca Bollmann.
Segundo ele, todo projeto de água e saneamento precisa de dutos debaixo da terra e a empresa vai fazer tubos desde diâmetro de 10 milímetros até 2 metros de diâmetro. São tubos que requerem um tratamento especial, um pintura diferenciada para durar de 50 anos a 80 anos debaixo da terra. Esse produto não é feito de plástico por questões técnicas e também preço, explica ele. A nova Steelmast terá três linhas de produção. Uma para fazer tubos para saneamento básico, outra será de pintura de tubos de norma e a terceira será para fabricar tubos de até um metro de diâmetro para gasodutos. O Gasbol, por exemplo, que transporta gás natural da Bolívia, tem tubo de um metro de diâmetro.
A Steelmast produz também postes para transporte de energia, segmento em que tem uma patente mundial. Também faz tubos para minerodutos e produz itens para grandes construtoras do Brasil. Este ano, deverá faturar R$ 120 milhões, abaixo dos R$ 140 milhões de 2022 em função da queda do preço do aço.
Uma vista da nova fábrica da Steelmast, que ficará pronta em março de 2024 (Foto: Divulgação)
Tuper prevê faturar R$ 2,8 bilhões Frank Bollmann também é fundador e presidente da Tuper, indústria de São Bento do Sul que produz tubos de aço com costura. É a maior processadora de aços da América Latina e uma das maiores clientes mundiais da ArcelorMittal com compras anuais da ordem de R$ 2 bilhões. Segundo o empresário, a Tuper deve fechar este ano com faturamento de R$ 2,8 bilhões. O valor ficará abaixo dos R$ 3,3 bilhões de 2022 porque varia em função do preço do aço. Como o produto estava mais caro, os preços de produtos também ficaram mais caros, por isso essa variação.
Desde setembro de 2016, a ArcelorMittal, além de principal fornecedora, se tornou sócia da Tuper porque naquele ano o setor enfrentou profunda crise devido a alta do preço do aço no mercado mundial. Pelo contrato, essa participação pode ser readquirida pela família Bollmann no médio prazo.
Fonte: NSC
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