São Bento do Sul
O diretor do Hospital e Maternidade Sagrada Família, Renato Figueiredo, esteve reunido virtualmente com os vereadores na noite desta terça-feira, 13, para falar da atual situação do hospital quanto ao combate à covid-19.
Renato iniciou destacando que o hospital é de médio porte e foi adaptado para atender aos pacientes portadores da Covid-19, “e estamos fazendo o melhor que podemos dentro da estrutura existente. Sei que não é o ideal, mas é o que podemos fazer com nossa estrutura”, afirmou.
Ele destacou que os profissionais estão sofrendo muito com a atual situação, “pois ninguém estava preparado para essa pandemia”, lembrou. Outro problema é a falta de profissionais da área da saúde para o tratamento da doença, “inclusive perdemos profissionais para outras cidades”, lamentou.
Outro problema destacado pelo diretor é quanto ao aumento exorbitante dos insumos utilizados pelo hospital. “Os aumentos são diários e nossa receita não acompanha esses índices de reajuste”, frisou.
Internações
Sobre o número de pacientes internados devido à Covid-19, Renato citou que em fevereiro deste ano foram 27 pacientes, e em março esse número disparou para 110 pacientes, “e em abril, vem se mantendo o mesmo ritmo de março, e nos próximos dias deve aumentar mais, devido ao feriado de Páscoa”, lamentou o administrador.
Ele lembrou que o Hospital possuía 10 leitos de UTI geral, e que parte destes foram adaptados para o tratamento da Covid, “mas tem que ser um espaço separado, pois o paciente de Covid tem que estar isolado, não podemos dividir com pacientes que não estejam contaminados”, destacou. Ele comemora que não houve nenhum caso de infecção cruzada, ou seja, um interno do hospital ser contaminado dentro da unidade hospitalar.
Aumento dos insumos
Segundo Renato, em fevereiro de 2020, o hospital gastava em média R$ 10 a 12 mil com equipamentos de proteção individuais. No mês passado o custo da aquisição dos EPIs chegou a R$ 168 mil. “Os profissionais estão tendo que utilizar mais equipamentos, e houve um grande aumento nos preços desses itens”, lembrou Renato. “Uma caixa de luvas cirúrgicas, que no ano passado comprávamos por R$ 12,00 em média, hoje não sai por menos de R$ 48,00. Já chegamos a pagar R$ 64,00 a caixa”, exemplificou.
Renato citou ainda que no primeiro trimestre de 2020, o hospital possuía um estoque de insumos de cerca de R$ 400 mil, e um fluxo de caixa de R$ R$ 500 mil. Hoje o estoque está em R$ 859 mil, e sem fluxo de caixa.
O diretor pediu aos vereadores que seja feita uma ação articulada e conjunta em benefício da comunidade, pois o momento é de extrema dificuldade. A vereadora Carla Hofmann colocou a Câmara de Vereadores à disposição, afirmando que irá expor as dificuldades apresentadas ao prefeito para tentar buscar uma solução para o hospital.
O vereador paulo Zwiefka questionou o diretor do Hospital sobre as ações que estão sendo feitas para minimizar o desgaste dos profissionais que estão na linha de frente no combate à doença. Renato explicou que o hospital possui 2 psicólogos para atender aos funcionários, mais duas assistentes sociais que trabalham com os profissionais da saúde e com os pacientes, e que está buscando uma parceria com os alunos de psicologia da Univille, para formar um grupo de apoio para os profissionais da saúde.
Paulo também questionou sobre o tratamento precoce da Covid, se é utilizado no hospital. Renato afirmou que somente tratamentos com base nos protocolos validados pelo Ministério da Saúde e pela Vigilância epidemiológica são aplicados no hospital local. “O que não for validado por estudos científicos não utilizamos em nosso hospital”, defendeu Renato.
O vereador Luiz Neri Pereira questionou sobre os três leitos de UTI que foram desativados em novembro de 2020. Renato citou que em julho de 2020, o Ministério da Saúde liberou verbas para a abertura de 3 novos leitos de UTI para a Covid, por 90 dias, porém para manter esses leitos após esse período era necessário que houvesse uma ocupação mínima de 50% durante os 3 meses. “Como estamos com falta de profissionais para as UTIs, achamos melhor priorizar o atendimento aos 10 leitos já existentes”, afirmou Renato. Agora, serão ativados mais dois leitos em parceria com a Prefeitura.
A vereadora Terezinha Dybas destacou que a população sempre apoiou o hospital local, e sugeriu que seja feita uma força-tarefa com a participação de representantes de diversas entidades para amenizar a situação do hospital. Ela sugeriu que seja feita uma campanha para que a população contribua mensalmente com o hospital através da fatura da Samae.
E o vereador Darlan Gulliani questionou o administrador do Hospital sobre os custos de manutenção de um leito de UTI de covid. Renato informou que fica em torno de R$ 3.200,00 a R$ 3.400,00.
Finalizando, a vereadora Carla Hofmann agradeceu ao diretor do Hospital pelas explicações e afirmou que será feita uma reunião entre os vereadores para verificar de que forma a Câmara de Vereadores pode auxiliar o hospital.
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